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terça-feira, janeiro 08, 2008

RESGATE

E assim vou tentando adivinhar por entre as pedras onde vai dar o caminho.
Vou tentando contornar as dificuldades impostas pelo viver fatigado , querendo não esbarrar, medindo palavras para não magoar.
É que ainda não compreenderam onde termina e onde começa a imensidão...
Ainda não conseguem ver a própria imagem refletida nas superfícies brilhantes e imaginárias.
O que está para lá desta vida é grandioso demais!
Debruço-me sobre os livros, sobre as fórmulas, cálculos e profecias, tentando ler nas entrelinhas. E o que fica é meu passo, largo, pesado, inconstante...
Vou tateando no escuro a procura da luz de um dia qualquer.
procuro na noite e longo é cada segundo arrastado pelo tempo.
Mas ainda me escorre gotas de esperança por entre os dedos, por entre as mãos cálidas,
pálidas.
Talvez prefira que o futuro me venha sozinho, desapercebido...
E as adivinhações por entre as pedras do caminho, podem esperar, não têm mais a importância como numa outra época, passada, distante e esquecida.

Flávia Ferreira

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